Reflexão - Domingo de Páscoa
DOMINGO
DA RESSURREIÇÃO DO SENHOR
"Ele não está aqui, Jesus está vivo”.
O Evangelho de
Mateus relata que, "após o sábado, ao raiar do primeiro dia da semana,
Maria Madalena e a outra Maria vieram ver o
sepulcro... o Anjo do Senhor estava sentado sobre a
pedra... e, dirigindo-se às mulheres, disse-lhes: Não temais! Sei que estais
procurando Jesus de Nazaré, o Crucificado. Ele não está aqui, pois ressurgiu,
conforme havia dito" (cf. Mt 16,1-7). O anjo, no entanto, explica-lhes
que erraram o endereço: Ele não está aqui! O sepulcro pouco importa, o que importa é o Jesus
vivente. Ele ressuscitou e vive no meio de nós.
Portanto, não devemos procurar quem está vivo entre os mortos (Lc 24,5). Jesus está vivo,
alegremo-nos, pois nós também ressuscitaremos.
Para que isso se torne uma realidade devemos "procurar as coisas do
alto" (Cl 3,1), isto é, a vida nova
revelada em Jesus Cristo e, ao mesmo tempo,
colocá-la em prática em nossa vida.
“Quem tenta viver como ele viveu, já começa a sentir em
si as forças de ressurreição. Dentro de sua mortalidade vai se formando a
imortalidade. A morte apenas deixará cair o invólucro que escondia o tesouro
precioso: a vida, agora plena porque realizada na total comunhão e amor com
todas as criaturas de Deus”.
Na Última Ceia, Jesus
mostrou-nos pelo gesto
do lava-pés, que o melhor
meio de anunciar a Ressureição, de testemunhar nossa fé na Vida Plena, de
modo vivo e convincente, é através do serviço, através de um relacionamento
acolhedor com o outro, colocando-se a serviço do outro.
O Mistério de
Jesus iniciado na última Ceia, marcada pelo serviço, pela agonia do Getsemani,
quando o silêncio de Deus o angustiou, tornando-se pesadíssimo no momento da
Cruz, reflete a vida da humanidade e nossa vida pessoal. Também nós, nos vemos
angustiados e crucificados sem uma resposta de Deus. O Mistério Pascal de Jesus
tem uma mensagem clara e urgente ao mundo e a cada um de nós: “tenha fé, confie
em Deus e o Senhor te libertará da morte”. Te
libertará da morte que mata aos poucos, com pedras
que impedem a passagem para a vida e para o viver, sepultando esperanças,
alegrias, sonhos, projetos, relacionamentos...
Muitos homens e
mulheres no decorrer da história entenderam perfeitamente o
mandamento “novo” de Jesus e, imediatamente traduziram em suas vidas em palavras e obras.
Temos o exemplo de Francisco de Assis que procurou durante toda a sua vida,
radicalmente, anunciar
e testemunhar com a vida, o modelo de Vida Plena
deixado pelo Mestre. Charles de Fouculd, que se propôs evangelizar testemunhando o Evangelho sem dizer
uma palavra, mas se colocando a serviço dos pobres do deserto da Argélia. Madre
Tereza de Calcutá, um exemplo de como deixar, na
história da humanidade, marcas profundas do Amor de Deus, quando ela passava o
tempo todo de sua vida cuidando dos “empobrecidos” da Índia. E poderia recordar
de tantas outras pessoas que seguiram com largueza as pegadas do Nazareno. E
nós, o que faremos diante do exemplo do nosso
Mestre e Senhor? Queremos de fato ressuscitar com
Ele?
Fraternalmente;
Frei
Miguel da Cruz, OFM.
Assistente
Espiritual Nacional para JUFRA
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