#JUFRAemComunhãoCOMaPJR
Publicado em Quinta, 23 Janeiro 2014 
    

Com o lema “Juventude Camponesa: Terra, Pão e Dignidade”, o Congresso reuniu quase 2 mil jovens e assessores originários de 21 estados e Distrito Federal. O evento teve início no dia 14 e término no dia 19 deste mês. Confira a Carta:
 
(Fonte: PJR)
À todas as jovens e todos os jovens camponeses deste imenso Brasil!
À juventude urbana que luta para ter soberania alimentar!
Somos 1700 jovens e assessores, vindos de 21 estados do Brasil, a saber, RS, SC, PR, SP, RJ, ES, MG, BA, SE, AL, PE, PB, RN, CE, PI, MA, PA, TO, GO, MS e AC, e do Distrito Federal. Entre os dias 14 a 19 de janeiro de 2014, na cidade de Recife, inspirados no tema “Na caminhada pela Terra Livre Brasil” e no lema “Juventude Camponesa: Terra, Pão e Dignidade” nos reunimos para estudar, lutar e celebrar nossa caminhada.
Dia 14, após a mística de acolhida, nós montamos a organicidade do Congresso e depois participamos da celebração eucarística, junto com a juventude da PJMP, que estão realizando na mesma cidade o seu 4º Congresso.
Dia 15 refletimos sobre a realidade brasileira para entendermos melhor por que está uma luta a vida dos jovens para permanecer na terra (cf. Jó 7,1), por causa do agrohidronegócio. Também refletimos sobre a questão agrária, a TERRA, neste ano dedicado à Agricultura Familiar Camponesa, que garante alimentação saudável, o PÃO, e, assim, gera DIGNIDADE! E finalmente olhamos para as juventudes que estão no campo (nos fundos de pasto, quilombos, aldeias, assentamentos e reassentamentos) e especialmente a juventude que quer continuar nele vivendo e nele trabalhando de uma forma que respeite a natureza. Também aconteceu uma manifestação espontânea dos participantes numa reação contra a Rede Globo por apoio a ditadura militar. E a noite teve música raiz com Pedro Munhoz, com sua “proposta” para a juventude, e Antonio Gringo: Jovem da roça também tem valor!
Dia 16 participamos de mesas temáticas sobre o acesso a terra, a convivência com o semiárido, economia solidária, produção orgânica e agroecológica. E foram oferecidas muitas oficinas que abrangeram a área da cultura, da educação do campo, da produção e da comunicação, entre outras. Aproveitamos a presença do Ministro Gilberto Carvalho, para entregar para o governo federal a nossa pauta de luta. Também nos alimentamos da mística da PJR a partir de suas raízes: cristã, camponesa e luta popular. E finalmente, forró.



Dia 17 retomamos a nossa Pauta de Reivindicação em vista da elaboração das pautas dos estados e aproveitamos para entregar a pauta de reivindicação nacional e a da juventude de Pernambuco para o Governador do Estado. Fomos em Marcha para a Rua, pois ela nos educa ao protagonismo e a participação democrática, numa denuncia contra o atual Estado e a concluímos no monumento Tortura Nunca Mais, trazendo presente os assassinados pela ditadura militar o padre Antônio Henrique, para nós, mártir da juventude. Também aproveitamos para celebrarmos os 30 anos de Pastoral da Juventude Rural e os 25 anos de sua articulação nacional.
Dia 18 nos debruçamos sobre a nossa Fé, articulada a Vida: a pessoa de Jesus Cristo, o Camponês da Galiléia e as Comunidades Eclesiais de Base, berço onde aprofundamos a Palavra e celebramos a nossa vida. Mas como não existe vida cristã sem compromisso político, forma concreta de viver o amor ao próximo, refletimos sobre a construção do Projeto Popular que leve a TERRA LIVRE BRASIL e, ao mesmo tempo, da luta pela democratização do Estado brasileiro, assumindo nosso o Plebiscito Popular por uma constituinte exclusiva e soberana do sistema político, forma de darmos concretude aos desafios da Semana Social Brasileira.
Finalmente, na madrugada do dia 19, em romaria dos que gastaram sua Vida pelo Reino, relembramos os mártires e os profetas, entre estes, dom Helder Câmara e Frei Jessé.
No conjunto, animados por nossa fé, em Jesus Cristo, o camponês de Nazaré, repudiamos o agronegócio, que envenena a terra, as águas e os seres vivos, para garantir o máximo lucro, e reafirmamos a agricultura camponesa, nos colocando a serviço da juventude camponesa dispostas a unir sua fé com a vida, como povo de Deus, permanecendo no campo e construindo um novo modo de agricultura agroecológica e cooperada, que respeite a Mãe Terra.
Convocamos toda a juventude camponesa a se organizar, assumindo a resistência e a se afirmar continuadores das lutas camponesas de nosso país, desde a resistência indígena e as revoltas quilombolas, nos somando aos atuais movimento sociais do campo que lutam por Terra, Pão e Dignidade.
Convocamos todas as juventudes, do campo e da cidade, a se levantar e se somar a resistência histórica dos lutadores e lutadoras do povo brasileiro, em vista do Projeto Popular, assumindo a caminhada pela Terra Livre Brasil.
Recife, 19 de janeiro de 2014