Advento, tempo de desacelerar
Já é Natal na… (não vou dizer o
nome da loja para não fazer merchandising gratuito). E assim começam as
propagandas no rádio, TV, internet, outdoors, cartazes, com lâmpadas, bolas,
árvores e bonecos de neve que não derretem sob os 40ºC do verão brasileiro. É
hora de pensar em presentes, compras, 13º (menos para quem é funcionário do
Estado do Rio), viagens, festas, cardápios, sobremesas, roupas. As pessoas
ficam em polvorosa, sentem-se ansiosas, têm a impressão de sempre estarem
atrasadas, correm, suam e se cansam porque em toda parte as cores e os sons
anunciam insistentemente que “Já é Natal”.
Calma… Não precisamos
necessariamente entrar neste frenesi, que faz lembrar o dilúvio do tempo de
Noé, ao qual Jesus faz referência no Evangelho deste 1º Domingo do Advento (Mt
24,37-44). Aliás, quando nos deixamos levar por esta roda viva da publicidade e
do mercado corremos o grave risco de não perceber que o Senhor vem, mas vem
discreto, simples e de mansinho, afinal ele vem Menino, vem Criança.
É por isso que há este
privilegiado tempo do Advento: para que as pessoas se desfaçam de expectativas
ilusórias, para que retomem o essencial de suas vidas, repensem as escolhas e
prioridades. É um tempo bonito de silêncio, espera e serenidade. De treinar os
sentidos a partir do coração, para se perceber as manifestações sutis do Verbo
que não podem ser notadas no tumulto e na correria. Advento, tempo de
desaceleração, de encontrar a beleza do simples e a grandeza do Pequeno.
Portanto, não precisa correr
tanto. Você tem quatro semanas para se preparar, mas com calma e docilidade.
Mesmo que a ceia seja simples, os presentes, poucos, sem pompas ou badalações,
o mais importante é enfeitar bem o coração, atendo-se no que é essencial. Ainda
não é Natal, mas com certeza será, tanto mais cada um conseguir se preparar
Texto
escrito por: Frei Gustavo Medella
Extraído do site http://www.franciscanos.org.br
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