2º DOMINGO DO ADVENTO
Solenidade da
Imaculada Conceição de Nossa Senhora
Queridos irmãos e irmãs
em Cristo Jesus, que o Senhor lhe dê sua Santa Paz!
Estamos vivendo o caminho da Esperança que nos
aproxima a cada dia do Mistério da Encarnação que ilumina e transforma nossa
existência humana, de modo a nos colocar dentro da vida divina e até mesmo
segurá-la nos braços como fez a Senhora Santa, a Virgem Maria, e seu justo e
bom esposo, São José. Neste II Domingo do Advento, a Sagrada Liturgia da Igreja
nos convida a celebrar a Solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora, a
digna morada que o Altíssimo Senhor preparou para seu Filho, o Menininho de
Belém.
O Senhor que, como nos lembra Santo Anselmo, “que pode
fazer tudo do nada, não quis refazer sem Maria o que fora profanado”. O ser
humano, criatura advinda do trabalho das mãos e do sopro de Deus, corrompe-se a
si mesmo, quando vira o rosto contra o seu próprio Criador. Admirável e
espantoso é o mistério da Encarnação, pois esse mesmo Senhor, não quis salvar a
humanidade, sem contar antes com sua colaboração. Estamos diante do humano que
escolheu viver sem Deus, e diante de um Deus, que mesmo podendo, não quis
salvar a humanidade sem o humano. Desta estupenda loucura divina de humildade e
despojamento nasceu a nossa Salvação. Como pode Deus ser assim e como pode o
ser humano não querer ser assim?
Digna de todo amor e devoção e glória é a Virgem
Santíssima! O Senhor escolheu confiar em suas mãos e em seu seio o rumo de toda
a história da Salvação. O Senhor escolheu fazer-se dependente de uma de suas
criaturas afim de vir a nós. Graças ao sim de Maria a humanidade pode
contemplar o próprio rosto do Mistério, uma Criança envolta em faixas e
reclinada no presépio. Que seria de nós sem o Sim desta mulher? “Eis aqui a
serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1, 38). Em seu útero unem-se a Terra e o Céu, assim
como sobre o Altar da Eucaristia, assim como na pobreza do madeiro da Cruz.
Nosso pobrezinho Pai Francisco, tão querido e tão
amado, conseguiu enxergar a grandeza desse Mistério, quando viu na Porciúncula,
a própria imagem de Maria, mulher digna, que antes de fecundada no útero, era
fecunda em seu coração, morada do Altíssimo. No útero de Maria se unem a
Divindade e a Humanidade. Na Porciúncula, útero da Família Franciscana se unem
a pobreza de Francisco e a Riqueza da Graça de Deus, que tudo pode diante do
nosso fiel sim.
Desse encontro nascemos nós, os franciscanos e
franciscanas. O quanto poderia Deus realizar na Igreja e no mundo, se o nosso
sim fosse como sim da Mãe do Senhor, que na liberdade plena se dignou ser
serva, para que o Senhor fosse Senhor?
Boa caminhada rumo ao Natal a todos e todas! Paz e
Bem!
Frei
Túlio de Oliveira Freitas, OFM
Assistente
Espiritural Nacional da JUFRA
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