De Maria nunca se diz tudo!
Estamos mais uma vez no mês de maio! Apesar das mudanças radicais
acontecidas em nossa sociedade, a figura da mãe como a de Maria, a mãe de Jesus
emergem fortemente no sentimento maternal que experimentamos e que marcou
profundamente a nossa vida. As mães são assim: deixam marcas indeléveis em nosso
ser, mesmo se, por acaso, duvidaram em nos gerar. É impossível não carregar para
sempre os traços fundamentais e fundantes de nossa gestação no útero e no
coração de uma mulher!
A
partir do primeiro século do cristianismo foram surgindo no seio das comunidades
primitivas algumas perguntas sobre a pessoa de Jesus que implicavam Sua origem e
Sua existência como Deus e homem: Como foi sua origem? Quem eram Seus pais? Se
Jesus é Deus que se fez homem, Maria é mãe de Deus?
Particularmente
os dois primeiros capítulos dos evangelhos segundo Mateus e Lucas, conhecidos
como os Evangelhos da infância, evidenciam esses questionamentos e as
tentativas de respondê-los. É impossível separar o Verbo que se fez Carne
daquela que mediou a encarnação do Filho Unigênito de Deus. Também é
impossível separar Maria do mistério de Deus que a implicou no plano da
salvação! Na teologia cristã emerge um sentimento materno e uma necessidade
de dizer algo sobre a mãe de Jesus e sua experiência de Deus. É o que a Igreja
tem buscado fazer nesses dois mil anos e que constitui sua reflexão teológica
denominada Mariologia.
Também
nós franciscanos temos nossa mariologia, isto é, a experiência de Maria
que fez São Francisco ao contemplar o mistério de Deus em Jesus Cristo. E uma
afirmação feita por Frei Tomás de Celano, primeiro biografo do pobrezinho de
Assis, é muito significativa para ilustrar a mariologia franciscana. Afirma
Tomás de Celano: “(Francisco) tinha um amor indizível à Mãe de Jesus, porque
fez nosso irmão o Senhor da majestade. Consagrava-lhe louvores especiais,
orações, afetos, tantos e tais que uma língua humana nem pode contar. Mas o que
mais nos alegra é que confiou até o fim os filhos que ia deixar. Ó advogada dos
pobres, cumpre conosco o teu ofício protetor por todo o tempo que foi
predeterminado pelo Pai!” (2C 198). Por hoje fico por aqui, mas depois volto
a dizer algo mais, não tanto para esgotar o assunto, mas para cumprir o que a
própria Virgem Maria profetizou no Magnificat: “Todas as gerações me chamarão
Bem-aventurada!”(Lc 1,30).
Frei
Marconi Lins, OFM
Ministro Provincial
Província Franciscana de Santo Antônio do Brasil
Ministro Provincial
Província Franciscana de Santo Antônio do Brasil
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