A verdadeira oração - O avesso é o lado certo: O fariseu e o publicano
SITUANDO
Neste texto, Jesus trata da oração. É a segunda
vez que Lucas traz palavras de Jesus para ensinar como rezar. Na primeira vez
(Lucas 11,1-13), ensinou o Pai-Nosso e, por meio de comparações e parábolas,
ensinou que devemos rezar com insistência, sem esmorecer (cf. Lucas 18,1-8).
Agora, nesta segunda vez, ele recorre à parábola tirada da vida para
ensinar sobre a humildade. A maneira de apresentar a parábola é muito didática.
Primeiro Jesus faz uma breve introdução que serve de chave de leitura. Em
seguida, conta a parábola. No fim, o próprio Jesus faz a aplicação, mostrando
que o avesso é o lado certo.
COMENTANDO
Lucas 18,9-14: o fariseu e o publicano
Lucas 18,9: A introdução
A parábola é introduzida com a seguinte frase: "Contou
ainda esta parábola para alguns que, convencidos de serem justos, desprezavam
os outros!" A frase é de Lucas e se refere, simultaneamente, ao tempo de
Jesus e ao tempo do próprio Lucas, em que as comunidades da tradição antiga
desprezavam as que vinham do paganismo.
Lucas 18,10-13: A parábola
Dois homens sobem ao Templo para rezar: um fariseu e um
publicano. Na opinião do povo daquela época, um publicano não prestava para
nada e não podia dirigir-se a Deus, pois era uma pessoa impura. Na parábola, o
fariseu agradece a Deus por ser melhor do que os outros. A sua oração nada mais
é do que um elogio de si mesmo, uma auto-exaltação das suas boas qualidades, um
desprezo pelos outros. O publicano nem sequer levanta os olhos, bate no peito e
apenas diz: "Meu Deus, tem dó de mim que sou um pecador!" Ele se
coloca no seu lugar diante de Deus.
Lucas 18,14: A aplicação
Se Jesus tivesse deixado o povo dizer quem voltou
justificado para casa, todos teriam dito: "É o fariseu". Jesus, no
entanto, pensa diferente. Quem voltou justificado, isto é, em boas
relações com Deus, não é o fariseu, mas sim o publicano. Novamente, Jesus virou
tudo pelo avesso. Muita gente não deve ter gostado da aplicação que Jesus fez
desta parábola.
Fonte: Centro de Estudos Bíblicos (CEBI) - www.cebi.org.br
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