COMISSÃO REÚNE PASTORAIS E MOVIMENTOS PARA DEBATER VIDA DAS JUVENTUDES
Evento teve como propósito articular redes de enfrentamento à criminalização e ao genocídio de jovens.
Pastorais Sociais, Pastorais da Juventude (PJ) e a Juventude Franciscana do Brasil (Jufra) reuniram-se, entre os dias 30 de outubro e 1º de novembro, em São Paulo (SP), no “1º Seminário Nacional de Articulação: Construindo redes de enfrentamento da Criminalização e do Genocídio da Juventude”. O encontro foi promovido pela Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Partindo das reflexões acerca da opção preferencial da Igreja na América Latina pela juventude e pelos pobres, e de que os jovens são “lugares teológicos”, como afirma o documento 85 da CNBB “Evangelização da Juventude”, os participantes buscaram compreender a importância de construir “espaços de estudo, de cuidado e de se pautar a vida da juventude em todas as suas dimensões, sabendo que são válidas todas as experiências que venham a convergir para isso”.
O grupo também debateu, à luz do Documento de Aparecida, a motivação relacionada à necessidade de promover metodologias pastorais “que procurem maior sintonia entre o mundo adulto e o mundo juvenil”.
Essas discussões abrangem um contexto em que a juventude brasileira vivencia uma realidade de criminalização e de “genocídio”. Os grupos participantes trataram das violências de gêneros e a sofrida pela juventude negra, do campo, dos povos tradicionais e urbana. Dos debates, pôde ser concluído que é necessário “o fortalecimento da articulação de pastorais e organismos que atuam cotidianamente nas situações e realidades sociais extremas”. Também é preciso, de acordo com as Pastorais participantes, maior articulação com movimentos sociais e populares, algo considerado “indispensável para a urgente ação contra as violências que afligem a juventude empobrecida, situação que nos convoca a termos uma atuação transformadora e libertadora”.
Genocídio
O diagnóstico da realidade de genocídio da juventude, principalmente da juventude negra e mais pobre, tem como base o Mapa da Violência 2014, que compilou informações de 2012. No Brasil, foram mais de 56 mil homicídios, sendo que mais de 30 mil desses foram praticados contra jovens. Versão mais atual do relatório, com os dados de 2013 e publicado neste ano, aponta para um número de homicídios que corresponde a 46% das mortes de pessoas entre 16 e 17 anos no Brasil.
Em relação à juventude negra, a taxa de homicídios de 2012 relacionada a essa parc, conela juvenil é quase o triplo do registrado com jovens brancos. 82,3/100 mil contra 29,9/100 mil, respectivamente.
O encontro teve a participação dos assessores das Comissões Episcopais para o Serviço da Caridade da Justiça e da Paz, padre Ari Antônio dos Reis, e para a Juventude, padre Antônio Ramos do Prado.
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