Paz e Bem!

Para nós franciscanos sempre é tempo de recomeçar! Recomeçar neste novo ano litúrgico que se inicia com este primeiro Domingo do Advento e teremos quatro domingo, para em caminho, irmos de encontro com Aquele que veio envolto em panos na pobre gruta de Belém e que vem a nós no misterioso encontro velado do ordinário cotidiano até a sua Parusia.

Teremos como companheiro de jornada o evangelista Mateus. Mateus nos apresenta o Emanuel, o Deus conosco, que permanece conosco até o fim dos tempos. Ele, quando veio do Pai a nós, não O deixou; também, quando voltou ao Pai não nos deixou.
Por isso, Ele é o “Emanuel”, o “Deus conosco”, o nosso mestre de todos os dias, até a consumação dos tempos. Ao mesmo tempo, Mateus salienta o aspecto prático dos ensinamentos de Jesus, e neste domingo ele nos convoca a sermos vigilantes e preparados (Mt 24, 37-44), para o “Dia de Cristo”. Pois, do contrário, poderemos também nós perder-nos todos, como se perderam aqueles homens no tempo de Noé que, distraídos com suas malícias, veladas sob a aparência de uma vida cotidiana “normal”, “nada perceberam” e por isso foram tragados pelas águas do dilúvio.

Cristo deixa em silêncio e no oculto o quando deste Dia, porque isto é da competência e da soberania do Pai e não nossa. Mas, sabemos, como disse Paulo, que este é o momento e a hora de estarmos despertos, em vigília, vigilantes.
E a nós discípulo de Jesus, porém, mais que o quando será o Dia da Parusia - o Dia do seu advento definitivo - importa como comportar, isto é, o como caminhar na história, enquanto este Dia não chega, uma vez que este Dia virá repentina devemos viver cada dia, todos os dias, como se a cada dia se decidisse como há de acontecer o nosso último encontro com Cristo.
Na verdade, em certo sentido, é assim: a cada dia decidimos como haveremos de nos encontrar com Cristo no último dia.

Iniciando este novo ano litúrgico nos é oferecida a graça de podermos participar mais uma vez da caminhada de Jesus e de sua salvação. Precisamos, porém, estar vigilantes, a fim de podermos ver para além de nossos interesses mesquinhos e preocupações vãs. Só assim poderemos vê-Lo e acompanhá-Lo tanto nas celebrações litúrgicas como nos refugiados sem pátria, nos desamparados sem casa, sem vez e sem voz, nos doentes, feridos e pecadores.

Pois, desde que Ele se encarnou não há como encontrá-Lo e recebê-Lo senão no irmão, no próximo, na criatura, e em cada acontecimento que fazem parte de nossa vida.

Uma boa jornada irmãos, e que este tempo favorável nos encontre despertos e vigilantes para o Senhor!