Terça-feira Santa: Anúncio de Jesus, início de um caminho | #SemanaSanta2020
Nesta
Terça-feira Santa, o Evangelho nos traz a entrega e a negação de alguns
discípulos de Jesus, anunciadas por ele mesmo à mesa com todos os discípulos.
Jesus disse: “Em verdade, em verdade vos digo, um de vós me entregará” (cf. Jo
13, 21), referindo-se a Judas, que o entregaria por 30 moedas. Os discípulos
questionaram a Jesus quem seria o traidor e ele afirma que seria aquele a quem
desse o pão molhado no vinho. Em seguida, Jesus o faz, entregando o pão a
Judas, que saiu imediatamente dali. Os discípulos não entendem, mas Jesus diz:
“Agora foi glorificado o Filho do homem e Deus foi glorificado nele” (cf. Jo
13, 32). Jesus também acrescenta que está prestes a partir e que os discípulos
ainda não o acompanhariam. Pedro o questiona dizendo que daria a vida por ele e
Jesus acrescenta que este o negaria três vezes antes que o galo cantasse. A
primeira leitura de hoje complementa dizendo que Deus destinou Jesus a ser “luz
das nações, para que a salvação alcance até os confins da terra” (cf. Is 49,6).
Deste modo, a traição de Judas e a negação de Pedro seguem a vontade de Deus e
Jesus aceita, para que se cumpram as escrituras para salvação de seu povo.
Nosso
Senhor dos Passos continua a caminhar para a sua morte, com seu anúncio, deixa
a todos seus discípulos preocupados. E por mais que Pedro tivesse uma boa
intenção ao se pronunciar, Jesus sabia em seu coração que ele não cumpriria sua
palavra. O que nos faz uma reflexão direta com o povo cristão, em meio a
promessas que se tornam apenas palavras, a intenção do coração é boa e
verdadeira, mas não há forças suficientes para a prática. Lembremos que em
tempos caóticos como os atuais, Nosso Senhor espera que ouçamos suas palavras e
o acolhamos em nossos corações. Espera que não sejamos como o Pedro antes de
sua morte, mas o Pedro depois de sua ressurreição e Ascenção ao Céu. Muito
menos como Judas, que o trocou por dinheiro e ambição.
A
compreensão de Jesus e o seguimento da vontade de Deus nos faz lembrar São
Francisco de Assis, que foi chamado a servir o povo e aceitou para si essa
jornada. São Francisco abdicou dos bens de sua família e difundiu uma visão
positiva da criação e das criaturas, amando todas elas e chamando-as de irmãos
e irmãs. Essas atitudes permitiram que Francisco fosse chamado de “luz que
iluminou o mundo”. Como Jesus, Francisco aceitou sua caminhada até o fim,
preferiu chamar a morte de irmã e não entendê-la como o fim, pois sua fé era
está com o Cristo, sabia que era um novo começo.
Devemos
buscar compreender a vontade de Deus para nossa vida e, assim como Francisco, que
buscou tanto a Jesus que é considerado o homem que mais se aproximou do Senhor,
somos convidados a sermos luz no mundo, amando e cuidando de todas as
criaturas.
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