Vigília Pascal: O AMOR VENCE O MEDO | #SemanaSanta2020
“Não tenhais medo! Sei que procurais Jesus, que foi crucificado. Ele
não está aqui! Ressuscitou, como havia dito! Vinde ver o lugar em que ele
estava. Ide depressa contar aos discípulos que ele ressuscitou dos mortos, e
que vai à vossa frente para a Galileia. Lá vós o vereis. É o que tenho a
dizer-vos.” (Mt 28, 5-7)
No altar não há
toalhas, velas e flores. A Igreja está mergulhada diante do mistério de um Deus
que se cala diante da morte. Silêncio litúrgico. Sentimos as dores da Virgem
Dolorosa, mãe compassiva até o fim. Se nos concentrarmos podemos escutar suas
lágrimas. Estralam como um grito forte de súplica pela Justiça de Deus. Força e
coragem. Silêncio e comunhão. “Tudo está consumado”, disse o doce mestre. E
agora? “Aonde iremos nós, se só tu tens palavras de vida eterna?”
Vamos ao túmulo no
novo Éden
O Grande Sábado,
também conhecido como Sábado de Aleluia, é um convite à revisão de vida. Vamos
com Jesus ao túmulo, fazemos a experiência do sofrimento e do despertar de
nossa consciência.
O convite de Jesus
para o seu seguimento não faz mais sentido. É preciso recuperar o sentido. Quando
tudo parece ter tido um fim trágico, a vida vence a morte. Em torno do Fogo
Santo, a assembleia das seguidoras e dos seguidores de Jesus, reunida em
Vigília, vê a sua Luz brilhar: o amor vence o medo.
Liturgia da Luz (ou
do Fogo), Liturgia da Palavra, Liturgia Batismal e Liturgia Eucarística: a
celebração da Solene Vigília Pascal é uma verdadeira catequese para todo (a)
batizado (a). Com certeza o seu tema central é o amor incansável do Pai, que
tudo criou, como vemos na Liturgia da Palavra ao longo de suas sete leituras do
Antigo Testamento e oito salmos.
É a história do
Povo de Deus, que libertos da escravidão do Egito tornaram-se escravos de si
mesmos, de seus projetos, de suas escolhas. Então, Deus que não se cansa de
amar, envia seu único filho para reconduzir a humanidade inteira na estrada do
Reino.
Ressuscitados com
Cristo rumo à Fraternidade Universal
São Paulo nos
exorta a assumir nossa vocação de mulheres e homens ressuscitados com Cristo,
livres do pecado e da morte. Então, vemos que o Evangelho desta noite é
protagonizado por aquele grupo de mulheres discípulas de Jesus que não
fraquejaram diante da morte.
Permaneceram fieis
e por isso, são as primeiras a saberem pela voz do anjo a Boa Notícia: Jesus
está vivo! Recebem a missão de anunciar: “Não tenhais medo. Ide anunciar aos
meus irmãos que se dirijam para a Galileia. Lá eles me verão” (cf. Mt 28, 9).
Com Francisco, a
Páscoa da Reconciliação
São Francisco de
Assis foi um homem verdadeiramente pascal. Sentiu em sua carne os estigmas da
paixão do Senhor e pode então, com Ele, celebrar a sua Páscoa. Com o Cântico da
Criaturas, nos deixou um verdadeiro hino pascal. Neste cântico, ele celebra a
reconciliação que Cristo protagonizou com (e para) a criação inteira.
O poverello entendeu
que celebrar a Páscoa de Jesus é negar-se a si mesmo para assumir o projeto do
Pai, como fez Jesus. Com os olhos fixos no Ressuscitado em São Damião, caminhou
seguro em direção ao Homem Novo. Sua história nos mostra o que pode nascer de
uma negação de si mesma feita à graça: a “perfeita alegria” do Evangelho.
Aleluia! O Senhor
Ressuscitou verdadeiramente como disse: Aleluia! Esta noite, de alegria
verdadeira, é a grande oportunidade de renovarmos nossa fé no Cristo e
assumirmos nossa vocação de vida e vida em abundância. Uma feliz Páscoa do
Senhor! Paz e Bem!
Vinícius de Menezes Fabreau
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