A Igreja já canonizou mais de 20 mil Santos, mas há muito mais que isso no Céu.


Em Antioquia, século IV, celebrava-se uma festa por todos os mártires no primeiro domingo depois de Pentecostes. A celebração foi introduzida em Roma, na mesma data, no século VI, e cem anos após era fixada no dia 13 de maio pelo papa Bonifácio IV, em concomitância com o dia da dedicação do “Panteão” dos deuses romanos a Nossa Senhora e a todos os mártires. No ano de 835, esta celebração foi transferida pelo papa Gregório IV para 1º de novembro.


A Encíclica “Lúmen Gentium”, do Vaticano II, nos lembra que: “Pelo fato de os habitantes do Céu estarem unidos mais intimamente com Cristo, consolidam com mais firmeza na santidade toda a Igreja. Eles não deixam de interceder por nós junto ao Pai, apresentando os méritos que alcançaram na terra pelo único mediador de Deus e dos homens, Cristo Jesus. Por seguinte, pela fraterna solicitude deles, a nossa fraqueza recebe o mais valioso auxílio” (LG 49) (§956)


Somos todos convidados à santidade: “Todos os fiéis cristãos, de qualquer estado ou ordem, são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade” (Lg 40). Segundo o Papa Bento XVI, “a santidade é a vocação originária de cada batizado. Cristo, de fato, que com o Pai e com o Espírito é o todo Santo, amou a Igreja como sua esposa e se deu a si mesmo por ela, a fim de santificá-la”.


Se vivemos, vivemos para o Senhor; se morremos, morremos para o Senhor. Quer vivamos quer morramos, pertencemos ao Senhor. Para isso é que morreu Cristo e retornou a vida, para ser o Senhor tanto dos mortos como dos vivos” (Rom 14, 8-9).


Assim, celebramos também o dia dos fiéis falecidos, lembrando de irmãs e irmãos que faleceram antes do corrente ano e neste ano tão tribulado devido a pandemia global. Lembramos as 159 mil pessoas mortas pela COVID-19, por elas acendemos nossas luzes de esperança por dias melhores. Lembramos seus nomes particulares, para que nunca sejam esquecidos e que não sejam apenas mais algumas pessoas que faleceram e que estão distantes de nós. Cremos, que estão ao lado do Pai a interceder em Cristo Jesus por nós, juntamente com todos os Santos.


Nestes dias vamos ao cemitério para rezar pelas pessoas queridas que nos deixaram, é quase como ir visitá-las para lhes manifestar, mais uma vez, o nosso carinho, para as sentir ainda próximas, recordando também, deste modo, um artigo do Credo: na comunhão dos Santos há um vínculo estreito entre nós que ainda caminhamos nesta terra e muitos irmãos e irmãs que já alcançaram a eternidade.. A Solenidade de Todos os Santos e a Comemoração de todos os fiéis defuntos dizem-nos que somente quem pode reconhecer uma grande esperança na morte, pode também levar uma vida a partir da esperança. É precisamente a fé na vida eterna que confere ao cristão a coragem de amar ainda mais intensamente esta nossa terra e de trabalhar para lhe construir um futuro, para lhe dar uma esperança verdadeira e segura” (Papa Bento XVI).


Peçamos sempre a intercessão de todos os Santos para que um dia também nós possamos alcançar essa glória divina, amém!