“O Filho do Homem vai morrer, conforme diz a Escritura a respeito dele. Contudo, ai daquele que o trair” (Mt. 26, 24).

Esta semana, lembramos de um dos momentos mais importantes para o cristianismo: a morte e ressureição de Jesus Cristo. É um momento que se inicia na Quarta-feira de cinzas com a Quaresma e se estende até o Domingo de Páscoa. Esse período de Quaresma é de muita introspecção e conversão, onde refletimos sobre nossas atitudes, mantemos o respeito ao próximo e o contato constante com Deus.
Assim, chegamos hoje à Quarta-Feira Santa, onde recordamos o momento em que Jesus comunica para os doze que será traído. É nesse dia que se encerra o período de Quaresma. Segundo o Evangelho do dia que é de Mateus 26, 14-25, Jesus pede para os discípulos irem à cidade e procurarem um certo homem e dizer-lhe que: “O Mestre manda dizer: o meu tempo está próximo, vou celebrar a Páscoa em tua casa, junto com meus discípulos”.
Nesta ocasião, Jesus já sabia que seria traído e Judas (o traidor) já havia negociado com os sumos sacerdotes a entrega de Jesus e aguardava uma oportunidade para assim o fazer. Durante a celebração da Páscoa, Jesus afirma que um dos doze irá traí-lo. Nisto, os discípulos ficaram tristes e começaram a se perguntar: “Senhor, será que sou eu?” Jesus, no entanto, já sabia quem era o traidor, mas mesmo assim não agiu com maldade, pois sabia que essa era a vontade do Pai.
Com este exemplo, nós cristãos, muitas das vezes nos questionamos sobre a vontade de Deus, nosso Pai e Criador. “Por que eu não consigo um emprego?”, “por que eu perdi um ente querido?” E outras infinidades de “porquês” que abalam nossa fé e prejudicam nossa saúde mental.
Nesta Semana Santa que difere de todas as outras, somos convidados a refletir (em casa) sobre os caminhos de Jesus, suas atitudes e palavras diante de seus inimigos, assim como São Francisco fez quando começou a ler as sagradas escrituras e ao se deparar com a cruz de São Damião. E tudo isto servem para nós como ensinamentos. Neste dia, algumas igrejas celebram a piedosa procissão do encontro de Nosso Senhor dos Passos e Nossa Senhora das Dores, acontecendo entre o doloroso encontro entre Mãe e Filho.
Neste momento de isolamento e/ou distanciamento social, onde buscamos “juntos” combater o COVID-19, é o momento de nos conectarmos com Deus, este é o nosso jejum e sacrifício, é o nosso momento de purificação. Em casa, rezemos pelas populações marginalizadas, por trabalhadores que continuam a trabalhar, por nosso Planeta que sofre. Rezemos por nossas famílias, pelos que encontram-se em risco. É o momento de clamarmos a Deus, assim como o Salmo (68/69) do dia diz: “Humildes vede isto e alegrai-vos:/ o vosso coração reviverá, se procurardes o Senhor continuamente! Pois nosso Deus atende à prece dos seus pobres, e não despreza o clamor de seus cativos.”

Carolina Gama Rêgo, Sec. de AE – Regional Norte III.
Amanda Corrêa Rocha, Sec. de AE – Regional Sul III