A Quinta-feira Santa traz para nós uma reflexão muito importante: ampliar as perspectivas de vida. Jesus sempre motivou seus discípulos a buscarem um sentido para a vida diferente do habitual e foi durante o lava-pés que mais uma vez reforçou isso: abriu mão de um lugar de superioridade para então deslocar-se para um lugar de servo revelando assim um Deus cuidadoso e compassivo, preocupado com todos sem distinções.


Isso podemos ver quando o evangelista João nos fala que Jesus já sabia que havia chegado sua hora de passar deste mundo para o Pai e amou todos os seus até o fim. Nisso, deu-nos o exemplo maior lavando os pés de seus discípulos, Ele sendo Mestre e Senhor fez esse gesto simples e serviu a todos, para que também nós possamos servir aos irmãos.


Pedro tenta repreender a Jesus, mas ele não compreende tal gesto e depois de suas palavras ele pede que Jesus o banhe, mas estando na presença do Senhor isso não seria necessário. O lava-pés não foi simplesmente para uma limpeza física, mas para mostrar aos apóstolos que em suas posições era necessário servir ao povo e não serem servidos pelos mesmos. Se tratava também de uma purificação espiritual que precisariam para o momento que viria.


Na noite em que foi entregue, o Senhor Jesus tomou o pão e, depois de dar graças, partiu-o e disse: ‘Isto é o meu corpo que é dado por vós. Fazei isto em minha memória’. Do mesmo modo, depois da ceia, tomou também o cálice e disse: Este cálice é a nova aliança, em meu sangue. Todas as vezes que dele beberdes, fazei isto em minha memória’. Todas as vezes, de fato, que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, estareis proclamando a morte do Senhor, até que ele venha” – 1Cor. 11, 23-26.


E o apóstolo Paulo também vem nos lembrar da noite da Santa Ceia, a forma como Jesus nos entregou seu corpo e sangue, instituindo a eucaristia que é para nós fonte de vida e salvação. Não se trata simplesmente de pão e vinho, mas a própria doação do Senhor, que se oferece a nós como nossa salvação. E todas as vezes que durante uma Missa não só participamos da sua transubstanciação, ou seja, a transformação do pão e do vinho em corpo e sangue de Jesus, como o comemos, estamos proclamando a morte do Senhor e entrando no caminho da salvação.


E se pensarmos na nossa realidade e o contexto em que vivemos, muito podemos aprender com Jesus. A pandemia nos mostrou a importância se sermos solidários com todos e lembrarmos que precisamos do outro para viver. Para isso, sair da nossa zona de conforto e ter mais empatia torna-se essencial: não é mais sobre a minha vida, mas a de todos.


Amanda Correia Rocha
Sec. Regional de AE - Regional Sul 3
Frat. São Damião - Porto Alegre/RS